Descrição
Análises clínicas
Análises clínicas é o nome dado à área da saúde em que um material biológico é recolhido de um ser vivo com o intuito de saber mais informações sobre ele.
A realidade mais próxima à nossa é o exame laboratorial, em que um objeto de análise (sangue, urina, fezes e outros) é coletado de nós e investigado por profissionais capacitados.
A análise clínica também é aplicada aos animais.
Um médico veterinário pode solicitar exames para avaliar a saúde dos bichos de estimação ou das espécies de grande porte.
Os biólogos, da mesma forma, podem recolher amostras para realizar diagnósticos moleculares e ambientais.
Quais são os exames de análises clínicas?
Existe uma infinidade de exames de análises clínicas que podem ser realizados em laboratórios especializados.
Vamos conhecer a seguir os principais.
É bem provável que você já tenha realizado pelo menos um deles.
Exames bioquímicos
São exames feitos para investigar o funcionamento do metabolismo em seu organismo.
Entre os mais importantes e conhecidos dentro desta modalidade estão:
Glicose
Para analisar o nível de glicose em nosso sangue, são feitos testes de glicemia (realizado em jejum), curva glicêmica (sobrecarga oral de glicose), glicose na urina (exame menos invasivo que os dois anteriores), hemoglobina glicada (mensura o nível médio de glicose nas últimas 12 semanas) e insulina.
Colesterol
Para avaliar a quantidade de colesterol no sangue são feitas análises de colesterol LDL (mensura o colesterol ruim), colesterol HDL (colesterol bom, que combate o LDL) e colesterol total (leva em conta os dois tipos de colesterol).
O colesterol está diretamente ligado ao risco de doenças cardiovasculares.
Triglicerídios
Triglicérides são as principais gorduras presentes em nosso organismo e que funcionam como reserva de energia.
O exame tem a finalidade de medir o nível deles no sangue.
Exames hematológicos
Estes exames investigam condições e doenças que possuem relação com o sangue e suas frações.
São exemplos de exames hematológicos:
Hemograma
É o exame mais completo, que traz a contagem de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas.
Com o resultado, é possível diagnosticar anemias, leucemias e linfomas, entre outras doenças relacionadas à insuficiência da medula óssea e a falta de ferro, por exemplo.
Hematócrito
Este exame faz parte da série vermelha do hemograma e serve para o diagnóstico da anemia.
Normalmente, o aumento de hematócritos está ligado ao aumento de produção de hemácias, doenças pulmonares e problemas com o funcionamento da medula óssea.
Hemossedimentação
Serve para verificar a presença de infecções e inflamações no nosso organismo.
No entanto, sozinho, não é um exame capaz de afirmar o diagnóstico de maneira definitiva, pois sofre alteração com facilidade.
Neste caso, é indicado realizá-lo em conjunto com outros exames complementares.
Plaquetas
Avalia como está a coagulação do sangue.
Sua contagem é fundamental para o diagnóstico de doenças.
A quantidade elevada pode estar relacionada à doenças como a leucemia.
Por outro lado, quando inferior à taxa de referência, tem ligação com problemas infecciosos, como a dengue.
Exames hormonais
Como o próprio nome sugere, os exames hormonais ajudam a verificar como está a nossa produção de hormônios.
Alguns exemplos de testes mais conhecidos são:
TSH
Sua dosagem ajuda a avaliar o funcionamento das glândulas hipófise e tireóide.
Dependendo da contagem, o paciente pode ser diagnosticado com hipotireoidismo ou hipertireoidismo.
FSH
Colabora para o diagnóstico da doença chamada hipogonadismo primário, em que os testículos dos homens ou os ovários das mulheres não produzem quantidade de hormônio suficiente, tanto na puberdade precoce, quanto na andro ou menopausa.
Estradiol
Ajuda a avaliar a puberdade precoce nas meninas, bem como a suspeita de tumores que produzem estrógenos.
Testosterona livre
Exerce, a grosso modo, o mesmo papel que o estradiol nas mulheres. No entanto, o exame de testosterona, além de analisar a puberdade precoce ou tardia nos homens, serve também para diagnosticar defeitos testiculares.
Cortisol
O nível de cortisol no organismo ajuda no diagnóstico de doenças em que as glândulas suprarrenais produzem hormônios demais (hiperfunção) ou de menos (hipofunção).
Vale ressaltar que a dosagem de cortisol varia durante o dia, por isso é necessário fazer uma equivalência no resultado do exame.
Exames imunológicos
Servem para ver como está a defesa do nosso organismo frente a doenças infecciosas.
Alguns exemplos de exames imunológicos mais comuns são:
Dengue
A presença dos anticorpos IgM e IgC ajudam na detecção da doença.
O primeiro mostra infecções atuais e recentes, enquanto o segundo aparece nos primeiros dias de recuperação da doença.
Chikungunya
Três exames de sangue ajudam no diagnóstico da doença.
São eles: sorologia, Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), ou em tempo real (RT‐PCR), e isolamento viral.
Toxoplasmose
O diagnóstico da doença é bem parecido com o da dengue, pois conta com o auxílio dos anticorpos IgM e IgC.
Hepatite C
O exame para o diagnóstico de hepatite C deve ser feito logo no aparecimento dos primeiros sintomas.
A presença ou não do anticorpo anti-HCV é que vai ajudar a detectar a doença.
No entanto, testes complementares são necessários para confirmar a presença do vírus.
Exames microbiológicos
São testes em que as secreções do corpo, como urina e orofaringe, são usadas para detectar a presença de doenças bacterianas infecciosas.
Entre os exames microbiológicos mais comuns está o:
Exame de coloração de Gram
A técnica consiste na colocação de um reagente na urina coletada.
Então, se houver a presença de bactérias na amostra, essas mudarão de cor, facilitando a identificação.
É possível, ainda, distinguir as espécies.
Exames parasitológicos
São testes que procuram encontrar a presença de micro-organismos, como protozoários e vermes, em nosso corpo.
Entre os exames parasitológicos mais comuns que existem, destacam-se três:
Parasitológico de fezes
Tem como objetivo encontrar, com o auxílio de microscópios, parasitas intestinais, seja por meio de seus ovos ou suas larvas.
Pesquisa de sangue oculto
Busca encontrar rastros de hemoglobina no material fecal.
Coprocultura
Verifica a existência de algum indício parasitário em suas fezes.
Uroanálises
São testes que utilizam a urina como material de coleta para identificação de doenças ou problemas de saúde.
Entre os exames de uroanálise, os principais são:
Fósforo na urina
O nível de fósforo na urina ajuda a diagnosticar e monitorar doenças que causam o desequilíbrio desse elemento e de cálcio em nosso organismo.
Ácido úrico na urina
A dosagem de ácido úrico na urina serve para analisar o funcionamento dos nossos rins.
Caso o nível esteja muito alto, é possível que o paciente venha a sofrer com cálculos renais.
Gonadotrofina coriônica – pesquisa na urina
Conhecido como hCG, a presença desse hormônio em grandes quantidades pode significar duas coisas: gravidez ou tumores raros.
O que se estuda em análises clínicas?
No curso de análises clínicas, você vai contar com disciplinas teóricas e práticas, além de estágios supervisionados para executar todo o conhecimento adquirido.
Entre as matérias e os conteúdos ministrados aos estudantes, destacam-se:
- Biologia (estudo da vida)
- Fisiologia (estudo de como o corpo humano funciona)
- Química (estudo dos processos químicos de maneira geral)
- Bioquímica (estudo dos processos químicos nos organismos vivos)
- Hematologia (estudo do sangue e seus componentes)
- Parasitologia (estudo das relações entre os parasitas e outros organismos)
- Imunologia (estudo dos sistemas imunológicos dos seres vivos)
- Microbiologia (estudo da vida dos micro-organismos)
- Urianálise (estudo da urina e seus componentes)
- Citologia (estudo das células e dos tecidos)
- Biossegurança (conjunto de ações para proteger a saúde do paciente e do profissional)
- Gestão de laboratório (como administrar um laboratório de análises clínicas).